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As baleias do Saguenay

Contos

Âncora 1
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A paisagem

O rio Saguenay, no Canadá, é um afluente do Saint Laurent, um dos maiores cursos de água das Américas. Sua foz junto ao Atlântico é tão grande que permite a entrada de um grande volume de água salgada muito adentro no continente. Junto com a água vêm também os animais marinhos, incluindo belas e grandes baleias e a simpática beluga, conhecida como a baleia branca, embora seja um mamífero da família dos golfinhos e botos.

 

Na década de 1990, quando o autor visitou a região, havia uma discussão sobre a possibilidade da poluição industrial nas águas do rio Saint Laurent, abastecido pelos Grandes Lagos, estivesse interferindo na presença e na reprodução das belugas nos largos rios da região. Essa questão deu origem à história contada no conto que dá nome ao livro.

Para saber mais sobre as características e hábitos das baleias brancas, e as ameaças que as rondam no mundo atual, acesse o completo prospecto preparado pela Alliance of Marine Mammal Parks & Aquariuns,

Melo demonstra possuir traquejo e imaginação prodigiosa ao compor frases e escolher palavras.

Bernardo Ajzenberg, Folha de São Paulo

Tanto quanto no realismo mágico, a ficção científica deve ser fictícia na ciência e realista na ficção, como se vê num dos melhores contos (Uma Voz). 

 

Wilson Martins, Jornal do Brasil

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Mapa de Olaus Magnus, de 1539, mostrando a lagosta gigante Polypus (Domínio público) Detalhe.

From_Americae_sive_qvartae_orbis_partis_

Detalhe de Americae sive qvartae orbis partis nova et exactissima descriptio de Diego Gutiérrez,  1562.

Prêmio Nacional Cidade de Belo Horizonte

Prêmio Paraná - 1º Lugar

Segundo livro publicado por João Batista Melo, deu continuidade à linha de seu trabalho apresentada em sua estréia com "O inventor de estrelas".

Os originais de "As baleias do Saguenay"receberam simultaneamente o Prêmio Nacional Cidade de Belo Horizonte, pela Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, e o primeiro lugar na categoria Contos do Prêmio Paraná, concedido pela Secretaria de Cultura do Paraná, que teve em sua comissão julgadora a participação de Hilda Hilst e de Salim Miguel.

Um homem viaja aos distantes rios do Canadá em busca das belugas. Os navios de Colombo seguem sua jornada rumo a um destino ameaçador. Uma jovem fascinada pelos filmes desaparece no interior de um cinema prestes a ser demolido. O casal em férias na praia descobre que algo estranho acontece na usina nuclear construída naquele litoral. Dez contos que falam sobre pessoas comuns em situações cotidianas, porém vividas numa realidade em que o fantástico sempre pode estar presente. 

Fiquei encantado com ‘As baleias do Saguenay’, especialmente com o conto que dá título ao livro, e sua Lanterna Mágica e a tácita homenagem a Borges. É um livro esplêndido.

Alberto Manguel

Trecho

Rosa-Linda Obono Mukuy

As baleias do Saguenay

     Papai não ameaçou se matar. No bilhete largado sobre a mesa da sala, apenas se despediu num tom carente de amargura. Sem referências à doença terminal, informou-nos que simplesmente resolvera partir.
     O alerta da empregada me encontrou dormindo. Tateando na penumbra do quarto, vesti-me como pude e saí ao encontro da mulher alarmada. Dei uma rápida olhada no bilhete e comecei a telefonar para amigos, irmãos e tios. Despertei alguém de plantão na polícia, procurei em vão nos maiores hospitais.
     A situação toda era incompreensível. Eu não podia imaginar papai saltando de uma janela no último andar de algum prédio. Nada de forcas ou tiros, ele nem ao menos tinha um revólver. Seu amor pela vida não lhe permitiria eliminá-la, mesmo sabendo que permaneceria pouco tempo com ela. Apanhei o papel outra vez e o reli com atenção. "Não se preocupem comigo. Estarei bem onde estiver. Vou me encontrar com um sonho."
     A última frase desesperava. Meus irmãos foram chegando com o avançar da noite, e um por um enlouqueceu com a perspectiva da morte de papai. Apenas eu tateava os pensamentos à procura de alguma explicação lógica. Abri as gavetas da estante, folheei livros e rascunhos de cartas. Mexi na agenda, investiguei o bloco ao lado do telefone, descobri um velho diário cuja leitura rápida não teve maior serventia.
     Desanimado, espichei-me no sofá e olhei para o retrato de mamãe sobre a mesa. De certa forma, posso dizer que cheguei quase a rezar para que ela me inspirasse. E, coincidência ou não, a explicação estava bem ao lado dela, no outro porta-retratos. Era a foto velha e desbotada de uma pequena baleia. Impresso em baixo, um nome que naquele momento me soou como magia: Tadoussac.

Veja mais em https://editoramoinhos.com.br/loja/as-baleias-do-saguenay/

LZ_129_Hindenburg_interior Nationaal Arc

Interior do dirigível Hindenburg -  Nationaal Archief, via Wikimedia Commons

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Detalhe de Americae sive qvartae orbis partis nova et exactissima descriptio de Diego Gutiérrez,  1562.

Contos incluídos

O caminho das Índias

As baleias do Saguenay

FC

Retratos de uma paisagem

A moça triste de Berlim

Depois do crepúsculo

O homem que fraudava latas

A lanterna mágica

Os caminhos do vento

Uma voz

Carta Marítima de Olaus Magnus, de 1539, primeiro mapa da Escanávia. Wikimedia Commons.

Historiae animalium 1 Seres do mar.jpg
whales_whalers_ Monstros do mar 2 Histor
Historiae anmialium 3.jpg

Trechos do livro Historia animalium, de Conrad Gessner, publicado em Zurique, em 1551-1558, e que foi o primeiro livro de zoologia, embora incluísse também alguns seres fantásticos.

as-baleias-do-saguenay.png

A paisagem

O rio Saguenay, no Canadá, é um afluente do Saint Laurent, um dos maiores cursos de água das Américas. Sua foz junto ao Atlântico é tão grande que permite a entrada de um grande volume de água salgada muito adentro no continente. Junto com a água vêm também os animais marinhos, incluindo belas e grandes baleias e a simpática beluga, conhecida como a baleia branca, embora seja um mamífero da família dos golfinhos e botos.

 

Na década de 1990, quando o autor visitou a região, havia uma discussão sobre a possibilidade da poluição industrial nas águas do rio Saint Laurent, abastecido pelos Grandes Lagos, estivesse interferindo na presença e na reprodução das belugas nos largos rios da região. Essa questão deu origem à história contada no conto que dá nome ao livro.

Para saber mais sobre as características e hábitos das baleias brancas, e as ameaças que as rondam no mundo atual, acesse o completo prospecto preparado pela Alliance of Marine Mammal Parks & Aquariuns,

Melo demonstra possuir traquejo e imaginação prodigiosa ao compor frases e escolher palavras.

Bernardo Ajzenberg, Folha de São Paulo

Tanto quanto no realismo mágico, a ficção científica deve ser fictícia na ciência e realista na ficção, como se vê num dos melhores contos (Uma Voz). 

 

Wilson Martins, Jornal do Brasil

Uma habilidade em manter o suspense faz com que o leitor não queira interromper a leitura de um mesmo conto – já que a profundidade deles o fará dar uma pausa entre um conto e outro; também a variação de seus
personagens, envolvidos em atividades e cenários diferentes a cada história, pertencentes a paisagens que mudam conto a conto, colabora na avidez do leitor, já que ele sabe: será surpreendido
novamente.

 

Adriane Garcia, poeta

Polypus-44.png

Mapa de Olaus Magnus, de 1539, mostrando a lagosta gigante Polypus (Domínio público) Detalhe.

From_Americae_sive_qvartae_orbis_partis_

Prêmio Nacional Cidade de Belo Horizonte

Prêmio Paraná - 1º Lugar

Segundo livro publicado por João Batista Melo, deu continuidade à linha de seu trabalho apresentada em sua estréia com "O inventor de estrelas".

Os originais de "As baleias do Saguenay"receberam simultaneamente o Prêmio Nacional Cidade de Belo Horizonte, pela Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, e o primeiro lugar na categoria Contos do Prêmio Paraná, concedido pela Secretaria de Cultura do Paraná, que teve em sua comissão julgadora a participação de Hilda Hilst e de Salim Miguel.

Um homem viaja aos distantes rios do Canadá em busca das belugas. Os navios de Colombo seguem sua jornada rumo a um destino ameaçador. Uma jovem fascinada pelos filmes desaparece no interior de um cinema prestes a ser demolido. O casal em férias na praia descobre que algo estranho acontece na usina nuclear construída naquele litoral. Dez contos que falam sobre pessoas comuns em situações cotidianas, porém vividas numa realidade em que o fantástico sempre pode estar presente. 

Fiquei encantado com ‘As baleias do Saguenay’, especialmente com o conto que dá título ao livro, e sua Lanterna Mágica e a tácita homenagem a Borges. É um livro esplêndido.

Alberto Manguel

Trecho

Rosa-Linda Obono Mukuy

As baleias do Saguenay

     Papai não ameaçou se matar. No bilhete largado sobre a mesa da sala, apenas se despediu num tom carente de amargura. Sem referências à doença terminal, informou-nos que simplesmente resolvera partir.
     O alerta da empregada me encontrou dormindo. Tateando na penumbra do quarto, vesti-me como pude e saí ao encontro da mulher alarmada. Dei uma rápida olhada no bilhete e comecei a telefonar para amigos, irmãos e tios. Despertei alguém de plantão na polícia, procurei em vão nos maiores hospitais.
     A situação toda era incompreensível. Eu não podia imaginar papai saltando de uma janela no último andar de algum prédio. Nada de forcas ou tiros, ele nem ao menos tinha um revólver. Seu amor pela vida não lhe permitiria eliminá-la, mesmo sabendo que permaneceria pouco tempo com ela. Apanhei o papel outra vez e o reli com atenção. "Não se preocupem comigo. Estarei bem onde estiver. Vou me encontrar com um sonho."
     A última frase desesperava. Meus irmãos foram chegando com o avançar da noite, e um por um enlouqueceu com a perspectiva da morte de papai. Apenas eu tateava os pensamentos à procura de alguma explicação lógica. Abri as gavetas da estante, folheei livros e rascunhos de cartas. Mexi na agenda, investiguei o bloco ao lado do telefone, descobri um velho diário cuja leitura rápida não teve maior serventia.
     Desanimado, espichei-me no sofá e olhei para o retrato de mamãe sobre a mesa. De certa forma, posso dizer que cheguei quase a rezar para que ela me inspirasse. E, coincidência ou não, a explicação estava bem ao lado dela, no outro porta-retratos. Era a foto velha e desbotada de uma pequena baleia. Impresso em baixo, um nome que naquele momento me soou como magia: Tadoussac.

Veja mais em https://editoramoinhos.com.br/loja/as-baleias-do-saguenay/

LZ_129_Hindenburg_interior Nationaal Arc

Interior do dirigível Hindenburg -  Nationaal Archief, via Wikimedia Commons

From_Americae_sive_qvartae_orbis_partis_

Detalhe de Americae sive qvartae orbis partis nova et exactissima descriptio de Diego Gutiérrez,  1562.

Detalhe de Americae sive qvartae orbis partis nova et exactissima descriptio de Diego Gutiérrez,  1562.

Contos incluídos

O caminho das Índias

As baleias do Saguenay

FC

Retratos de uma paisagem

A moça triste de Berlim

Depois do crepúsculo

O homem que fraudava latas

A lanterna mágica

Os caminhos do vento

Uma voz

Carta_Marina.jpeg
Carta_Marina.jpeg

Carta Marítima de Olaus Magnus, de 1539, primeiro mapa da Escanávia. Wikimedia Commons.

Historiae animalium 1 Seres do mar.jpg
whales_whalers_ Monstros do mar 2 Histor
Historiae anmialium 3.jpg

Trechos do livro Historia animalium, de Conrad Gessner, publicado em Zurique, em 1551-1558, e que foi o primeiro livro de zoologia, embora incluísse também alguns seres fantásticos.

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